Chapada dos Guimarães: cavernas, cachoeiras e paredões infinitos

Quem escreve o post de hoje é a minha amiga R. Alves. Ela adora curtir momentos de tranquilidade em meio natureza, mas também gosta de conforto e boa gastronomia. As dicas dela são sempre infalíveis: experiências autênticas de forma gourmetizada.

Há alguns anos ela se encantou com a Chapada Diamantina e, nos últimos dias, aproveitou um feriado para desbravar uma outra Chapada…

Chapada dos Guimarães: o que te espera?

Quantos brasis e quantas belezas maravilhosas espalhadas nesta vastidão… Esse sentimento me invadiu nos três dias em que estive no então absolutamente desconhecido Estado de Mato Grosso.

O local escolhido para aventurar-se pela primeira vez naquelas terras foi a Chapada dos Guimarães, que fica localizada cerca de 70 km da capital Cuiabá.

O acesso até lá é muito fácil. No meu caso, aluguei um carro no aeroporto de Cuiabá e, com um pouco mais de uma hora de estrada, já estava na pousada, pronta para descobrir cachoeiras, cavernas, mirantes de tirar o fôlego e uma gastronomia maravilhosa.

Chapada dos Guimarães

A chapada tem passeios para vários dias, mas 3 dias inteiros já permite que se admire muito das belezas naturais, lindas cavernas, cachoeiras, uma flora riquíssima e paredões infinitos.

As minhas escolhas: Circuito das Cachoeiras e Cidade de Pedra; Caverna Aroe Jari e rio Claro.

Circuito das Cachoeiras e Cidade de Pedras

A trilha de aproximadamente 7km, segue pelo Vale do Córrego Independência, um afluente do rio Coxipó, dando origem a várias cachoeiras.

Chapada dos Guimarães

Já a Cidade de Pedra tem com paredões impressionantes com até 350 metros de desnível, com formações rochosas esculpidas pelo vento e pela chuva que lembram as ruínas de uma cidade, daí o nome de cidade de pedras. É um mirante belíssimo, onde fui presenteada com belos voos de araras (brincamos com o nosso guia Fabiano já deixa combinado com elas…).

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Trilha das Cavernas

A trilha das Cavernas – não há apenas uma caverna – é de aproximadamente 7km. A trilha já é um espetáculo, pois há diversas mudanças de vegetação.

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Você caminha por cerrado típico, entra em florestas de galeria e isso se repete algumas vezes ao longo do curto percurso, o que torna a trilha muito atraente.

Neste percurso, a nossa guia Michelle nos brindou com várias explicações. Há um transporte da fazenda que leva até a caverna quem não deseja realizar a trilha. Esta opção somente é recomendada para quem realmente possui restrições físicas.

Tour do rio Claro

O tour do rio claro foi feito numa manhã porque já era o dia de retornar. Subi a Crista do Galo, uma subida íngreme, mas curta e que vai lhe presentear com uma vista de 360º dos paredões magníficos. Depois, há um banho no rio Claro, que como o nome diz é transparente e com uma temperatura perfeita

Tentamos correr para visitar a cachoeira véu da noiva, um dos cartões postais da Chapada… mas o medo de perder o avião falou mais alto.

De olho no guia!

Uma surpresa maravilhosa foi ter contratado Fabiano Ficagna da Biodiverse Brazil Tours como guia.

Ele é o dono da agência, biólogo, especialista em pássaros (ornitólogo), o que garantiu passeios fantásticos, porque além de aprender, pudemos observar araras em seus ninhos, nos paredões da Cidade de Pedra. É incrível como ele tem olhos e ouvidos treinados para encontrar pássaros em todos os lugares… Já cheguei a pensar que talvez as aves já o sigam porque sabe que ali está um “passarinheiro”, apaixonado pelo que faz.

Descobri que observação de pássaros é o segundo maior hobby dos norte-americanos e que está atividade atraí uma enorme quantidade de turistas para o Brasil.

As conversas com Fabiano e Michelle – uma guia também muito especial – tornou meus dias na Chapada mais ricos e despertou interesses por lugares que não estavam no meu rol de novos destinos.

Surgiu aí a necessidade de conhecer Nobres, que foi muito bem recomendada por Michelle e por vários turistas com quem conversei. Nobres fica a 140 km de Cuiabá e é um ponto turístico ainda pouco explorado no Mato Grosso, mas a apelido de “a Bonito de Mato Grosso”, em referência à cidade de Bonito em Mato Grosso do Sul, famosa pelas águas cristalinas e atividades como rafting e mergulho, já é um grande atrativo.  Confesso que nunca havia ouvido falar de Nobres antes desta viagem. E o Pantanal também se tornou um destino urgente.

Contratar os guias com antecedência é fundamental. Boa parte dos passeios precisa ser guiado. Além disso, há limite de visitantes em quase todas as atrações e o limite é bem baixo (98 ou 144 pessoas). Soube de gente que precisou mudar o roteiro porque, quando chegou no parque, já não havia vagas para aquele dia.

No Parque Nacional da Chapada do Guimarães apenas os guias cadastrados podem pegar as chaves que abrem as portas do paraíso. Alguns passeios somente com carro de tração para se encurtar caminhadas que podem tornar o local pouco atrativo.

 

Onde se hospedar: Pousada da Quineira

Encontrar uma boa pousada não foi difícil, há ótimas opções por lá. A cidade – com cerca de 11 mil habitantes ou 18 mil se computados os moradores da zona rural – têm uma boa estrutura para receber turista.

Gosto de fazer passeios de natureza, deixar as toxinas ao longo das caminhadas e esvaziar a mente. Contemplar belezas naturais é, para mim, um antídoto para o estresse.

Não vou mentir! Rusticidade demais não é, todavia, minha preferência. Por isso, a Pousada da Quineira foi a escolha correta para encerrar os longos dias de passeios.

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Chapada dos Guimarães

A pousada esta novíssima, muito bem decorada, com um quarto bem confortável, e, para um charme especial, está localizada à porta do parque de mesmo nome, o que garante uma vista incrível; embora esteja bem próximo do centro da cidade, aproximadamente 400 metros.

Chapada dos Guimarães

A receptividade de todas as pessoas que lá trabalham deixou tudo ainda mais interessante. A cortesia marcou cada detalhe do atendimento, especialmente a inclusão da nossa reserva no pacote do feriado, apesar de termos contratado, via Booking.com, o que apenas incluía o café da manhã.

A inclusão acrescentou praticamente todas as refeições, o que tornou o preço da hospedagem muito atrativa. É verdade que o cardápio era limitado (três opções em todas as refeições e não houve variação). Preciso também destacar que o serviço algumas vezes foi lento, mas nada que comprometesse de modo significativo a qualidade geral. Fiquei bem satisfeita e recomendaria sem medo o local.

Gastronomia e compras no centrinho da cidade

Não consegui conhecer restaurantes que foram bem recomendados. Ouvi ótimas referências sobre o restaurante que fica na pousada Atmã e o restaurante Pomodori, este localizado bem no centrinho da cidade.

Quanto aos serviços, vi apenas o Banco do Brasil no local, não sei se há outros bancos na cidade.

Visitei a loja de artesanato indígena do Leo Rocha, um desconhecido para mim e, por isso, estranhei a presença de um grupo, conversando animadamente com ele e solicitando fotos. Após sair da loja, soube que ele protagoniza um programa da Discovery Chanel, chamado Desafio em Dose Dupla. Leo, com 11 anos de idade, viveu alguns meses com índios do Xingu, a convite de um Pajé. Conversei com a mãe dele, uma mulher muito interessante, que apresentava os itens da loja, sempre com uma história sobre a tribo de origem… As peças de artesanato são bem selecionadas. Vale uma visita, embora não se tratem de objetos, digamos, “baratinhos”.

O centrinho da cidade está repleto de bares, restaurantes e lojas de artesanato. Não tive tempo de circular muito, mas pareceu bastante animado e bem movimentado sempre.

Vontade de voltar

Essa experiência foi daquelas que nos ajuda cultivar boas memórias, o que de melhor podemos trazer de viagens.

Na Chapada dos Guimarães ouvi histórias que as pessoas partilham com generosidade, vi cenários esculpidos com a maestria da natureza e banhei-me em águas cristalinas. Fui instigada a conhecer outros lugares e não vou encerrar este ano sem conhecer Nobres e quem sabe ainda não consiga ir ao Pantanal.

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