Episódios do Cotidiano: “sobre o glamour de morar na Europa” ou “sobre o desapego”

5 da manhã. Eu acordo, ainda meio dormindo, ao sentir meu marido se levantar da cama, de repente. No escuro, eu só consigo ver a sombra dele sentado na ponta da cama. – O que houve? Tá se sentindo bem? – pergunto eu, totalmente grogue de sono, afundada no travesseiro, torcendo para poder voltar a dormir de […]
Dondeando por aí – Blog de viagens

Belém-Manaus de barco regional – 6º dia

A CHEGADA

14 de outubro de 2013

O clima bom de ontem foi ligeiramente quebrado na manhã de hoje. Às 6h22, bateram na porta da minha cabine.

Foto: Gabriel Prehn Britto

Dmitri, um russo com uma história de viagem incrível, teve o celular roubado de dentro do seu bolso, enquanto dormia. Como eu era o único por ali que falava inglês e português, uma comitiva de passageiros veio até mim.

No barco é assim: cada um ajuda os outros do jeito que pode e acaba assumindo um papel ao longo da viagem.

Normalmente, cada vizinho da área de redes tem o papel de cuidar dos pertences e das crianças dos outros nas horas em que é preciso sair para tomar banho, ir ao banheiro, comer no restaurante ou apenas dar uma voltinha no deck.

Existem também os homens que assumem os papéis de anjos da guarda dos idosos que viajam sozinhos, os mais suscetíveis a roubos. Conversei com ao menos dois desses homens e eles me disseram que fazem isso porque lembram dos seus pais e se sentem na obrigação de tomar conta destas pessoas. Um deles iria até mudar seu itinerário em Manaus para levar uma senhora até o destino final dela, em segurança.

Eu tive alguns papéis bem menos nobres, mas de alguma serventia.

Minha tarefa principal foi a de servir de tradutor de todas as conversas entre brasileiros e gringos, mas também atuei paralelamente como guardador de objetos de valor, de carregador de baterias de celulares/computadores, de fotógrafo oficial (eu andava com a câmera no pescoço sempre e todo mundo adorava) e também de conservador de alimentos. Como eu fazia tudo isso? Fácil: eu estava em uma cabine com porta, chave, frigobar e tomada particular. Nem precisei fazer esforço.

Meu cantinho de descanso e trabalho

Meu cantinho de descanso e trabalho

Percebeu que o parágrafo acima foi escrito no passado? Pois é. Estou no quarto do hotel onde estou hospedado em Manaus. O barco chegou ao seu destino final às 18h30 de hoje, com um atraso de mais ou menos uma hora. Neste momento, todos os passageiros já estão bem longe do porto. À exceção de alguns dos anjos da guarda de idosos que ainda devem estar em seus papéis, todos os outros já deve estar longe das suas profissões assumidas nos últimos 5 dias.

Não foi apenas o fim de uma viagem. Foi o fim de uma experiência (para todos nós).

(A propósito, o ladrão do celular do Dmitri não foi encontrado. Deve ter ficado na última parada antes de Manaus.)

Disclaimer

Leia também:

• Belém-Manaus de barco regional – 1º dia

• Belém-Manaus de barco regional – 2º dia

• Belém-Manaus de barco regional – 3º dia

• Belém-Manaus de barco regional – 4º dia

• Belém-Manaus de barco regional – 5º dia

gabrielquerviajar.com.br

Meu novo blog: Turista Curioso

Quem passou por este blog nos últimos meses deve ter percebido que ele estava paradão.

Sim, um dos motivos para isso foram as férias que anunciei (e que estiquei sem dó nem piedade). Sim, outro motivo foi um baita perrengue técnico no meio do caminho. Mas a maior e melhor razão desta parada foi algo que me deixou tão feliz quanto um upgrade-surpresa para a classe executiva numa viagem até o Japão.

Eu estava trabalhando no meu novo e lindo cantinho na internet, para onde eu convido você a partir de hoje: o blog Turista Curioso.

Turista Curioso

O Turista Curioso faz parte do pool de blogs de uma belíssima novidade no mundo do turismo: a agência de viagens To Go Travel, que nasceu há poucos meses cheia de vontade de fazer coisas diferentes, inspirar, informar e ajudar nas viagens de todas as pessoas, seja lá como e para onde elas quiserem ir.

To Go Travel

Junto comigo neste pool de blogs (que oficialmente se chama To Go Blogs) estão duas gigantes que me deixam bobo por me ver junto delas: Cindy Wilk e Bettina Monteiro, respectivas capitãs dos blogs Viajante Hiperconectad@ (sobre absolutamente tudo de mais fantástico que envolve o turismo) e Família em Férias (sobre viagens perfeitas com o familião na mala).

E ainda vêm mais novidades no futuro.

Cindy e Bettina

Neste baita time, eu e meu Turista Curioso orgulhosamente entramos com os destinos “exóticos”, com os lugares escondidos, as histórias, culturas e povos interessantes e desconhecidos, as atrações, passeios e whatever que não entram no radar das multidões, além de tudo mais que eu descubro viajando ou pesquisando por aí. Ou seja, os assuntos que mais me fazem brilhar os olhos.

É mais ou menos o que eu venho fazendo no Gabriel Quer Viajar desde sempre, com o mesmo estilo, a mesma transparência com o leitor e tudo mais que você gosta, mas com a liberdade de falar também de destinos mais leves e próximos.

(Aliás, já percebeu que eu falo pouquíssimo de Brasil e Américas aqui? Pois é. Sei que é maluquice da minha cabeça, mas nunca me senti à vontade para isso no Gabriel Quer Viajar. Já no Turista Curioso eu poderei falar de todos estes destinos numa boa e até já escrevi sobre uma atração incrível no Rio de Janeiro, que eu guardava desde 2010! Não sei o que você acha, mas eu estou adorando essa novidade.)

Posts Turista Curioso

Os posts do Turista Curioso vão ser semanais e publicarei novidades toda terça-feira. Mas como ele tende a ter leitores novos, muitos destinos e curiosidades que já apareceram aqui aparecerão por lá reescritos. Eu faço questão que os recém-chegados conheçam o que já mostrei e aposto que você vai gostar de relembrar de algumas coisas.

E já que falamos em textos, os posts publicados no Gabriel Quer Viajar seguirão aqui, nos mesmos endereços, o que me dá o gancho para responder a uma questão importantíssima: o Gabriel Quer Viajar vai acabar?

Não sei.

Ele não vai sair do ar, porque o conteúdo ainda é muito útil para um mundaréu de gente e eu pretendo manter as dicas práticas atualizadas. Mas vai ser difícil manter dois espaços similares, então a tendência é que o Gabriel Quer Viajar siga apenas como um blog pessoal ou que ganhe bem menos posts novos. Sei lá. Vou deixar as coisas acontecerem como numa viagem: ao acaso.

Turista Curioso

Certeza, certeza mesmo é a sinceridade do meu convite: apareça lá no Turista Curioso – e também no Viajante Hiperconectad@ e no Família em Férias. Espero, do fundo do meu coração curioso e viajante, contar com a sua audiência na nova casa.

No que depender de mim, a felicidade do tamanho de um upgrade-surpresa de executiva numa viagem ao Japão vai ser estendida a você também.

Obrigado. =)

gabrielquerviajar.com.br

New Orleans, muito além do Mardi Gras e da Bourbon Street

Canal Street New Orleans

Estivemos em New Orleans, carinhosamente conhecida como NOLA. E descobrimos que Nova Orleans vai muito além do famoso Mardi Gras e da Bourbon Street. Gostamos muito da cidade, de sua culinária e da “vibe” que o maravilhoso jazz espalha por todos os lugares. A cidade é multi cultural, com uma grande influência francesa e espanhola, […]

A Janela Laranja – Sua fonte de inspiração para a próxima viagem!

Os búfalos da Ilha do Marajó, no Pará

Dois búfalos para cada habitante. Assim é na Ilha do Marajó, dona do maior rebanho desses animais no Brasil – são cerca de 600 mil. Localizada na foz do Rio Amazonas, no Pará, Marajó é a maior ilha fluvio-marítima do mundo. Ou seja, a maior ilha banhada por águas de rios e do mar do planeta.

Com pouco mais de 200 mil habitantes e quase o mesmo tamanho que países como Suíça e Dinamarca, visitar o Marajó é fácil. Basta pegar um voo para Belém, capital do Pará, que também tem seus encantos. Depois de uns dias na cidade, pegue uma lancha para o Marajó. Duas horas navegando por rios amazônicos e você chegará num lugar incrível, que já foi descoberto por estrangeiros, mas que ainda não entrou no mapa turístico do brasileiro. Pelo menos não do jeito que merece.

Vai viajar? Ache passagens baratas para Belém, no Kayak

Ilha do Marajó, Pará

A capital turística da ilha é Soure. Desembarquei na hora do almoço, quanto o comércio fecha e as ruas ficam vazias. Se não vi muitas pessoas, pelo menos dei de cara com alguns búfalos. Não faltam versões para explicar como os búfalos, originários da Ásia, chegaram à Amazônia. A mais conhecida delas garante que tudo começou no fim do século 19, quando um navio que vinha da Índia e seguia para a Guiana naufragou perto do Marajó.

Ilha do Marajó, Pará

Alguns animais sobreviveram, nadaram até a Ilha, se adaptaram ao clima local e resolveram ficar por lá mesmo, de boa na Amazônia. Ao perceber a utilidade dos bichos, fazendeiros resolveram importar mais búfalos. Hoje, eles estão presentes em várias fazendas da região e fornecem dois dos pilares da culinária marajoara: a carne e o queijo do Marajó. O último é vendido em toda a cidade, inclusive no porto, na hora que os turistas se preparam para ir embora. Um conselho: leve uma boa quantidade com você. Vale a pena.

O filé marajoara é justamente a junção da carne com o queijo de búfala. O prato típico do Marajó pode ser encontrado em qualquer restaurante de Soure. Mas a presença dos búfalos na vida da ilha vai muito além da alimentação e dos campos das grandes fazendas. Eles estão nas ruas, nas casas das pessoas e até no serviço público.

Ilha do Marajó, Pará

No Marajó, a Polícia não monta em cavalos, mas em búfalos. E usa os animais para patrulhar as cidades e até, acredite se quiser, perseguir suspeitos. Numa reportagem da Folha de São Paulo, um policial comentou: “O fato de ser um sujeito montado num búfalo me torna mais abordável, facilitando um pouco meu trabalho”. Na época da reportagem, o 8° Batalhão Policial, em Soure, contava com 10 búfalos. A delegacia tinha até um curral anexo.

Eu bem que queria dar de cara com polícias e seus búfalos, mas não testemunhei a cena. Por outro lado, a coleta de lixo também é feita com o auxílio dos bichos, que são usados como montaria pela população local.

Ilha do Marajó, Pará

Mas o Marajó é muito mais que búfalos, claro. Praias lindas, fluviais e marítimas, manguezais, e passeios pelas fazendas da região são outros dos programas básicos da ilha, que já serviu de cenário para gravações de novelas, filmes e até de um reality show de aventura, anos atrás.

Com três dias é possível conhecer as atrações de Soure e da cidade vizinha, Salvaterra. Mas não é problema ficar mais, passeando calmamente pelas ruas de Marajó, bem à moda dos búfalos.

O post Os búfalos da Ilha do Marajó, no Pará apareceu primeiro em 360meridianos.

360meridianos